domingo, 16 de junho de 2013

Corpo da escritora Tatiana Belinky é enterrado em São Paulo

Autora de 94 anos estava internada havia 11 dias e morreu no sábado (15).
Tatiana nasceu na Rússia e mudou-se para o Brasil aos 10 anos.

Do G1 São Paulo
 
Tatiana Belinky (Foto: Protásio Nene/Estadão Conteúdo/Agência Estado)
Tatiana Belinky em foto tirada em 1993 (Foto: Protásio Nene/Estadão Conteúdo/Agência Estado)
 
O corpo da escritora Tatiana Belinky foi enterrado, por volta das 14h30 deste domingo (18), no Cemitério Israelita da Vila Mariana, em São Paulo. A autora morreu na tarde de sábado (15), aos 94 anos, no Hospital Alvorada. Ela estava internada havia 11 dias, segundo a assessoria de imprensa da instituição, que não soube informar a causa da morte.
Tatiana Belinky é autora de mais de 250 livros, que lhe renderam diversos prêmios educacionais, e tradutora de muitas obras, entre elas contos do escritor russo Anton Tchekhov.
Ela nasceu em São Petersburgo, na Rússia, em 1919, e aos 10 anos mudou-se com a família para o Brasil, instalando-se em São Paulo. Na época, ela já falava três línguas: russo, alemão e letão.
Tatiana Belinky (Foto: Reprodução/TV Globo)
Tatiana Belinky em 2009 (Reprodução/TV Globo)
A autora trabalhou como secretária bilíngue durante alguns anos, até se casar com Julio de Gouveia, com quem teve dois filhos, cinco netos e ao menos três bisnetos.
Em 1948, começou a fazer teatro para crianças, junto com o marido, para a Secretaria de Cultura da Prefeitura de São Paulo, adaptando e traduzindo textos teatrais que Julio produzia e encenava.
Com o advento da televisão, o grupo teatral de Tatiana foi convidado a apresentar suas peças na "TV Tupi", onde realizou espetáculos de tele-teatro ao vivo, com textos sempre baseados em livros, entre 1951 a 1964. Os roteiros eram escritos pela autora, a maioria adaptados da literatura nacional e internacional.
Mais tarde, Tatiana e seu marido adaptaram para a televisão o Sítio do Pica-pau Amarelo, de Monteiro Lobato, com cerca de 350 capítulos, além de diversas minisséries criadas a paritr de romances famosos.
Belinky também escreveu críticas literárias para diversos jornais durante a vida, como "O Estado de S.Paulo", "Folha de São Paulo" e "Jornal da Tarde". Ela ainda colaborou com a "TV Cultura".
Ministra lamenta
Em nota de pesar divulgada neste domingo, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, afirmou que a literatura brasileira perdeu "uma grande criadora". Leia a íntegra da nota:

"Tatiana Belinky é joia rara. Da lavra de Niemeyer e outros poucos incansáveis. Sensível, produtiva. Capaz de nos brindar com centenas de livros para um público extremamente desafiador: o infanto-juvenil. Embalou muitas das minhas alegrias de infância! Conhecer a obra de Tatiana fez diferença para mim e sei que para a alma de incontáveis meninos e meninas. Nossa literatura perde uma grande criadora."

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